A uma semana do Natal e há nostalgia no ar. Talvez seja eu a ficar mais sentimentalista ou então a idade faz destas coisas.

Mas Natal para mim só faz sentido de for em família, foi assim que cresci com os natais em casa dos meus avós. Uma casa cheia de sorrisos e gargalhadas, muitas conversas e jogos em redor de uma mesa farta. O arroz doce, a mousse de chocolate, os sonhos e as rabanadas, o bolo de chocolate ou de ananás, um pudim caseiro e uma tarte de amêndoa nunca falta na mesa de Natal que acompanha o tradicional bolo rei.

Os dias que antecediam a sua comemoração faziam-se de entusiasmo e alegria. nessa semana, à noite depois do jantar ajudava a minha mãe a embrulhar os presentes. Na altura não havia os sacos das lojas dos grande shoppings. Era tudo muito mais personalizado, com papel de embrulho a rigor e laços feitos por nós. Depois um etiqueta marcava o dono daquele presente.

Montávamos a árvore de Natal, completamente abafada em fitas, bolas e luzes de todas as cores, fitas bem farfalhudas. Naqueles tempos não se dava tanta importância à conjugação de cores. Era uma árvore bem colorida e animada.

Outros dos momentos que fazem transportar as minhas memórias para esses tempos era o caminho que fazia até chegar a casa dos meus avós.

Antes de sair de casa certificava-me que as luzes da árvore estavam ligadas e o cortinado corrido para todos verem a minha árvore. Depois os doces e bolos invadiam o que restava dos acentos do carro e eu durante o caminho olhava a janela do carro para ver todas as árvores de natal das casas. Adorava aquele momento e ainda hoje sorrio enquanto escrevo e me transporto para o momento, como que a querer voltar a esses tempos.

Hoje em dia tudo mudou um pouco, o Natal começou a ser consumismo perdendo-se um pouco da sua razão de ser. Continuo a enfeitar a casa e a montar a árvores e os presentes tento sempre ser eu a embrulha-los  de forma diferente e mais original que o simples saco de papel com a publicidade de loja.

Sou sincera há anos que o Natal quase que passa por mim sem se notar muito. Este ano não. Talvez por ter ido visitar os mercados de Natal na Bélgica, o espírito natalício entrou em força nos meus dias. A casa já está devidamente enfeitada, a lista de coisas para preparar para a consoada também agora só falta por tudo em prática. E estas Tarteletes de Panacotta de Lima estarão presentes na mesa deste Natal.

Aceitem também a sugestão destas tarteletes e preparem para a vossa ceia ou almoço de Natal. Ficarão lindas numa mesa bem composta.

Tarteletes de Panacotta de Lima

Ingredientes:

180 gr de farinha

120 gr de manteiga fria

1 colher de sopa de açúcar

2 colheres de sopa de água fria

sal q.b.

* para o recheio:

400 ml de natas

100 ml de leite

100 gr de chocolate branco

100 gr de açúcar

5 folhas de gelatina

Raspa de 2 limas

Preparação:

1. Comece por preparar a massa. Num processador coloque a farinha, a manteiga, o açúcar e o sal. Processe um pouco até ficar uma massa areada. Vá colocando a água até obter uma massa mais homogénea. Se for necessário acrescente mais um pouco de água.

2. Retire do processador e faça uma bola de massa. Envolva com película anti-aderente e leve ao frigorífico por 30 minutos.

3. Depois retire do frio e com a ajuda de um rolo de massa estenda a massa e forre com cuidado as tarteletes. Cubra cada massa com um pouco de papel vegetal e por cima coloque algumas leguminosas (uso feijão) e leve ao forno pré aquecido a 180ºC durante 20 minutos.

4. Prepare o creme. Num tacho misture as natas, o leite, o açúcar e a raspa de lima. Leve ao lume até ferver. Depois retire do lume.

5. Entretanto demolhe em água fria as folhas de gelatina.

6. Quando o preparado das natas estiver a ferver acrescente o chocolate branco em pedaços mais pequenos e misture até ficar derretido. Acrescente as folhas de gelatina e misture mais um pouco.

7. Descarte as leguminosas* e distribua o recheio pelas tarteletes. Leve ao lume até solidificar.

8. Sirva decorado com groselhas e raspa de lima.

* Dica: Guarde as leguminosas para uma próxima utilização. Poderá usar leguminosas que tenha em casa e que já tenha passado a validade. Assim pode reutilizar as mesma.